Uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Ufes (PPGBiotec), em parceria com a Afecc-Hospital Santa Rita, criou a plataforma de patologia digital denominada digiPATH. O equipamento digitaliza imagens de lâminas de vidro usadas para o diagnóstico de doenças e, ao disponibilizar as imagens, permite que médicos, em qualquer lugar do mundo, visualizem as lâminas e auxiliem no diagnóstico.
Esse avanço tecnológico acelera o processo de reconhecimento do câncer e outras doenças. Por enquanto, a plataforma vem sendo usada para diagnóstico de casos mais complexos de câncer.
O lançamento da digiPATH, ocorrido no dia 20 de junho, representa o primeiro acordo de Tecnologia Social firmado entre a Ufes e a Afecc-Hospital Santa Rita. A Tecnologia Social é um conjunto de ferramentas tecnológicas voltadas para a solução de problemas sociais do dia a dia, atendendo a quesitos como baixo custo, fácil aplicabilidade e impacto social.
Tecnologia disponível
A digiPATH começou a ser implementada em 2019 e, em junho de 2023, começou a ser utilizada no Hospital Santa Rita. O serviço está aberto a todos os patologistas e instituições públicas de ensino e assistência interessadas. Até o momento, cerca de 200 análises de casos complexos de câncer foram realizadas pela plataforma digital.
O objetivo, informa Sandra Ventorin, coordenadora do digiPATH, é disponibilizar, interpretar e compartilhar imagens de patologia digital em um ambiente virtual, possibilitando o acesso ao material em qualquer lugar do mundo. Com isso, a tecnologia permite que diferentes profissionais da saúde e centros de pesquisa se envolvam, avaliem e colaborem de forma rápida e remota, alcançando mais eficiência e produtividade das análises.
Ela explica que amostras de tecidos (biópsias) são colocadas em uma lâmina para que sejam feitas capturas de imagens por meio de um scanner específico, que digitaliza as imagens para serem visualizadas no computador. “Dessa forma, é possível visualizar detalhes, com a vantagem de poder compartilhar as imagens com outros profissionais que possam contribuir para que o diagnóstico seja mais preciso”, esclarece Sandra.
“Estamos utilizando esse método em casos mais complexos que demandariam uma segunda opinião, levando um tempo maior para a definição do diagnóstico. A resolução da imagem é muito boa e permite um compartilhamento mais rápido com profissionais de qualquer parte do mundo”, explica Sandra Ventorin.
A plataforma foi adquirida com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do projeto HEADSpAcE, que investiga os casos de câncer de cabeça e pescoço na América do Sul e na Europa.
As lâminas digitalizadas
Scanner onde as lâminas são digitalizadas
Sandra Ventorin e o estagiário Thiago Tapias