Revolução no tratamento contra câncer no fígado

Revolução no tratamento contra câncer no fígado

Hospital Santa Rita, única unidade hospitalar habilitada no ES para Radioembolização Hepática, técnica minimamente invasiva que elimina tumor e permite ao paciente retornar, em poucos dias, às atividades normais, realizou os primeiros procedimentos no dia 01/12

 

A equipe médica do Hospital Santa Rita realizou as duas primeiras Radioembolizações Hepáticas do Espírito Santo, procedimentos minimamente invasivos que, por meio de um cateter, injeta milhões de esperas radioativas (microsferas de resina de ítrio-90) para destruir o tumor no fígado.

Os procedimentos, feitos pelo radiologista intervencionista Dr. Luiz Sérgio Pereira Grillo, foram em dois pacientes de 82 e 64 anos de idade, do sexo masculino, no dia 01/12. Os procedimentos foram um sucesso e os pacientes já voltaram às suas atividades normais. A partir de agora, ambos passam a realizar acompanhamento médico para verificar a evolução do tratamento.

Essa técnica, informa o médico, possui resultado bastante significativo em diversos estágios da doença, porque é um tipo de radioterapia intra-arterial e seletiva que, ao contrário da convencional, entrega a radiação por técnicas de cateterismo diretamente nas células doentes, com maior poder de penetração e assertividade e com menores danos aos tecidos saudáveis. “Trata-se de um procedimento realizado apenas em centros de excelência e de alta complexidade”, ressalta Dr. Luiz Sérgio.

A cirurgia de ressecção (retirada do tumor), a ablação por radiofrequência e o transplante hepático continuam sendo alternativas de tratamento. No entanto, para os casos em que a cirurgia não é uma opção terapêutica, a radioembolização hepática é um importante procedimento no combate ao câncer de fígado, que pode ser associada, ou não, à quimioterapia, por exemplo.

De acordo com Dr. Luiz Sérgio, “atualmente este procedimento é uma opção importante para o tratamento dos pacientes com tumores hepáticos primários e metastáticos inoperáveis, que não tiveram sucesso em outros protocolos”.

Etapas do procedimento

A Radioembolização Hepática é realizada em duas etapas. Na primeira é feito um mapeamento vascular detalhado de toda a circulação hepática e tumoral, com auxílio fundamental da Medicina Nuclear, para verificar possíveis comunicações vasculares com outros órgãos, dado o risco de migração das microesferas para locais indesejados.

Realizada a primeira etapa e identificado que o paciente está apto a receber a Radioembolização, é marcada a segunda parte do procedimento, quando serão injetadas as microesferas de Ítrio-90.

“O planejamento é multidisciplinar e fundamental em todas as etapas do procedimento, tanto para melhor selecionar o paciente a ser beneficiado por essa técnica quanto para a realização de uma execução perfeita da entrega do agente radioativo no tumor”, informa Dr. Luiz Sérgio.

O especialista em Medicina Nuclear, Dr. Daniel Camisão Bortot, da equipe do Hospital Santa Rita, informa que a Radioembolização Hepática é uma técnica inovadora de infusão de milhões de microsféricas radioativas de Ítrio-90 para destruir o tumor no fígado.

Esse radiofármaco exige um controle rígido para a compra, preparo, fracionamento e um acondicionamento muito específicos. “As doses são calculadas, encomendadas e preparadas para cada paciente. Nesse caso, usamos o método de partição, levando em consideração volumetria tumoral e hepática, além do cálculo de doses absorvidas pelo fígado normal e pulmões, não excedendo os limites de segurança. Tudo é absolutamente individualizado para cada caso”, ressalta Dr. Daniel.

No tratamento, explica o médico, as microesferas de ítrio ficam no local do fígado onde foram injetadas, emitindo radiação exatamente onde precisam atuar, ou seja, no tecido doente. Essa radiação de alta energia vai funcionar de forma precisa, poupando as áreas do fígado que estão livres de doença.

Não bastam excelentes equipamentos e estrutura física, pois a equipe precisa ser multidisciplinar, especializada e alinhada. Assim como não adianta ter as equipes preparadas sem as condições estruturais e tecnológicas necessárias para execução do procedimento. O conjunto é que fará o procedimento ser possível e bem executado.

No Espírito Santo, Dr. Luiz Sérgio Pereira Grillo é o único radiologista intervencionista treinado para a realização desse procedimento. E o Dr. Daniel Camisão Bortot, o único médico nuclear que possui licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear e treinamento para receber e manipular o produto radioativo para essa finalidade.

Junto com os médicos capixabas, Dr. Charles Edouard Zurstrassen, radiologista intervencionista, e Dra. Letícia Rigo, médica nuclear, ambos de São Paulo, participaram do procedimento para colaborar, com suas expertises, na realização desses primeiros procedimentos no Espírito Santo.

 

Parte da equipe que participou do procedimento

Dr. Luiz Sérgio Pereira Grillo e parte da equipe médica

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